Conseguir uma vacina contra a SIDA em menos de uma década é o objectivo de um estudo europeu que deverá estar concluído até ao fim do ano, afirma o investigador José Marcelino do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT). É um dos organizadores de uma conferência – Global Health and Tropical Medicine: HIV Challenges – que juntou, em Lisboa, os maiores especialistas europeus sobre SIDA.
Em declarações à Lusa, salientou que se “tudo funcionar” bem no trabalho que está a ser feito, em menos de uma década pode chegar-se a uma vacina que proteja a progressão do vírus e evite novas infecções.
O estudo, que está a ser feito há vários anos, junta doentes de Portugal – mil -, França e Alemanha, num total que oscila entre os quatro e os cinco mil. É da responsabilidade do consórcio europeu, que está a estudar uma vacina e que funciona no âmbito da rede europeia ERA-Net HIVERA, dedicada à investigação em SIDA.
Patrice Debré, da Universidade Pierre e Marie Curie – em França -, é o coordenador do consórcio e o responsável do estudo. O especialista declarou à Lusa que, apesar dos avanços, ainda não se conhecem “os determinantes da resposta imune que iria controlar o vírus”.
Salientando a importância dos estudos em pessoas que conseguem naturalmente controlar a doença, Debré frisou que o vírus “apresenta uma grande variabilidade, o que lhe permite escapar de formas diferentes às respostas imunitárias”.
O responsável do estudo afirma que os investigadores estão a trabalhar na busca de respostas imunitárias protectoras do homem, através das células e anticorpos, e procuram novas metas, mas garante ser “impossível fazer previsões, porque se trata de um trabalho demorado.”
Já a especialista do Hospital Egas Moniz, Perpétua Gomes, que também participa na conferência, diz que os avanços no tratamento da doença levaram à noção de que a SIDA já não é o problema que era há umas décadas.
Mas Portugal continua a ter um número de infetados muito elevado – 42 mil – e há uma faixa etária entre os 30 e os 40 anos que parece estar a “facilitar”, assinala Perpétua Gomes.
Como José Marcelino, Perpétua Gomes salienta a importância da prevenção. Patrice Debré também adianta que “a epidemia está longe de estar controlada” e que “é preciso não abrandar as medidas de prevenção, continuar a apoiar a investigação”.
A dar razão às cautelas dos investigadores estão os 30 milhões de infetados, só na África Subsaariana. Os infetados e os avanços na busca de uma vacina são temas de debate amanhã no IHMT.
Fonte: Ciência Hoje
Siga as Clínicas BodyScience no Facebook e subscreva a nossa newsletter para estar sempre sempre a par das nossas novidades e conselhos! Relembramos que pode marcar a sua consulta de avaliação gratuita nas nossas Clínicas e dar o primeiro passo para ter uma vida mais saudável!
Discussion about this post