Jejum Intermitente

Faltavam 20 minutos para a minha aula de Crossfit que inicia às 7 da manhã. Ainda escuro lá fora, saí da cama, equipei-me e fui para a Box treinar (os “ginásios” de crossfit chamam-se “box”). Pouco depois das 8h já estava a ir para casa preparar os meninos para os deixar na escola antes das 9h. Voltei para casa para, então sim, tomar o pequeno almoço.

Esta é a minha forma normal/desejada de começar o dia, quando a agenda permite. E considerando que, em situações normais, acabo o Jantar pelas 21h, posso afirmar que são aproximadamente 12h sem comer e com um treino muito intenso no meio e em jejum.

Não quero com isto referir que advogo alguma espécie de jejum (existem vários tipos, sendo provavelmente o jejum intermitente o mais popular) mas de facto acabo por ficar umas horas consideráveis sem comer (jejum) e faço-o simplesmente porque não quero acordar ainda mais cedo, para poder comer algo e dar tempo para  a digestão ser feita. Acordar às 06h40 já é suficientemente cedo para mim. E sim, não só não há problema algum em treinar em jejum como é preferível isso a treinar com comida no estômago sem a digestão feita.

Mas deixemos de falar de mim e vamos perceber o que a ciência diz sobre o jejum intermitente. Permitam-me referir que este tema é tão vasto que dá para escrever vários livros sobre o assunto. Há muita literatura científica sobre o tema, eu vou, por isso, apenas generalizar e com o tempo poderei aprofundar alguns pontos mais específicos.

Quero começar por dizer que o jejum intermitente é uma poderosa ferramenta para prevenir, assim como reverter, algumas doenças e pode ser um excelente instrumento para quem quer também emagrecer. No entanto ao considerar iniciar uma abordagem de jejum intermitente deve ter como reflexão que, assim como qualquer dieta, envolve alguns riscos se não for feito com acompanhamento de um Nutricionista ou Médico especializado na área.

Existem muitas abordagens ao jejum intermitente, no entanto a abordagem clássica consiste em restringir a ingestão de alimentos durante um período de 16 horas e ter o restante intervalo de 8 horas para comer. Ou seja, vamos imaginar que alguém acaba de jantar às 20 horas e quer respeitar esta abordagem clássica. Esta pessoa  deve se manter em jejum (não deve comer nada mas pode beber água ou líquidos que não contenham calorias como chá, por exemplo) até às 12 horas do dia seguinte, onde inicia a ingestão alimentar, e parar de comer novamente às 20h desse dia, mantendo esse ciclo diário durante o tempo que pretender.

Mas então o que a ciência nos diz sobre a confiabilidade/segurança do jejum intermitente?

A ciência diz-nos que o jejum intermitente promove perda de peso e de gordura corporal. Convém acentuar que esta perda de gordura apenas se verifica quando existe restrição calórica, tal como qualquer dieta hipocalórica.

O Jejum intermitente pode diminuir o risco de diabetes por melhorar a sensibilidade à insulina assim como diminuir o risco de doenças cardiovasculares. E aqui várias razões podem ser apontadas, como a perda de peso associada, e/ou a melhoria do perfil lipídico (colesterol, triglicéridos), e/ou diminuição dos marcadores de stressoxidativo e da inflamação.

Parece também haver um efeito protetor da saúde cerebral e da longevidade. Mas aqui os estudos têm que ser interpretados com cuidado pois são normalmente feito em animais e nem sempre se pode fazer a transposição dos resultados para os humanos.

Quero concluir para já (prevejo fazer alguns artigos sobre isso no futuro a expor especificamente os vários tipos de jejum e as vantagens e desvantagens que existem quando aplicadas em determinadas patologias) referindo que o jejum intermitente é uma opção válida como dieta mas não é para todos. Alguns efeitos indesejados foram verificados e nem toda a gente consegue ficar bem quando em jejum prolongado. Se se identifica com este tipo de abordagem (opção pessoal) pode ganhar com esta dieta mas tenha em consideração que um acompanhamento especializado é fundamental.

Felicidades e até breve,

Bruno Reis, Nutricionista das Clínicas BodyScience

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