A taxa de mortalidade de malária registou uma diminuição de 60% desde os últimos 15 anos e a doença nunca esteve tão perto de ser erradicada. Quem o afirma é o investigador português Henrique Silveira.
A observação do investigador do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT) de Portugal surge a respeito das conclusões de um relatório da OMS e da UNICEF.
De acordo com o documento, foram poupadas 6,2 milhões de vidas desde 2000, a maior parte de menores de cinco anos – a faixa etária mais vulnerável à malária.
Contudo, três mil milhões de pessoas continuam a correr o risco de contrair a enfermidade. Segundo Henrique Silveira, “nunca estivemos tão próximos (de acabar com a malária), mas o caminho a percorrer ainda é gigante. E a grande mensagem do relatório é essa. Nos últimos 15 anos tivemos um grande sucesso, mas não podemos agora cruzar os braços e deixar as coisas a rolar. Temos de continuar a manter o esforço para controlar a malária”.
O especialista português dá ainda conta da disparidade existente entre os meios necessários para combater a malária e os locais onde a presença da enfermidade mais se verifica. “Onde existem recursos para combater a malária não há a doença e onde não existem recursos é onde a doença está concentrada”, explica.
Formado no Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), Henrique Silveira destaca também a importância de se procurar novas formas de combater a malária, não se recorrendo apenas à vacinação. “Uma vacina seria muito importante. Há uma vacina que está a ser testada em vários locais em África, que já teve um parecer positivo da Agência Europeia do Medicamento. Mas a vacina, por si só, não pode ser utilizada isoladamente. Temos de nos socorrer de tudo: tratamento, melhoria das condições sanitárias e luta antivetorial. A vacina será mais uma achega para isso”, referiu.
A endemia de malária vai continuar a verificar-se na maior parte dos países da África Subsaariana. Os riscos passam pela evolução ou mutação do parasita, mas a esterilização do mosquito transmissor já está em processo.
Os programas de controlo já permitiram mesmo a diminuição de casos em Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, considerados exemplos de “sucesso”. No entanto, Angola e Moçambique estão no grupo de risco.
Para Henrique Silveira, “o esforço de controlo deve ser continuado. Se hoje ou amanhã se decidir que o programa da malária é demasiado caro e não se quer mais investir, de certeza que vamos ter de volta malária nos números pré-intervenção. Deixa de haver investimento, os números começam a subir e tornam-se catastróficos ao fim de poucos anos”.
Impedir a infecção, controlar a sua transmissão e tratar as pessoas é fulcral, segundo o investigador português.
Fonte:CiênciaHoje
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