Caracterizada pelo aumento dos níveis de glicose no sangue durante a gravidez, a diabetes gestacional pode trazer algumas complicações à saúde da mulher e também do bebé.
Muitas grávidas são afetadas pela diabetes todos os anos, por isso, saiba que não está sozinha.
E saiba também que isso não significa que teve diabetes antes de conceber ou que terá diabetes após o parto. Significa apenas que, com as devidas precauções, pode ter uma gravidez saudável e um bebé igualmente saudável.
Continue a ler para saber mais sobre esta doença e assim tornar-se capaz de a controlar.
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O que é a diabetes gestacional?
Durante a gravidez, algumas mulheres desenvolvem níveis elevados de glicose no sangue. Esta condição é conhecida como diabetes mellitus gestacional (GDM) ou diabetes gestacional.
Geralmente, esta condição desenvolve-se entre a 24ª e a 28ª semanas de gestação e, segundo os últimos dados, estima-se que ocorra em 8,8% da população parturiente do SNS – tendo-se registado um aumento significativo ao longo da última décadas.
Desenvolver diabetes gestacional durante a gravidez não significa que teve diabetes antes de engravidar ou que terá após o parto. Porém, a diabetes gestacional aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
Se for mal gerida, também pode aumentar o risco do seu bebé desenvolver diabetes e aumentar o risco de complicações durante a gravidez e o parto.
Quais são os sintomas do diabetes gestacional?
Regra geral, a diabetes gestacional não tem sintomas associados. Se os tiver, provavelmente serão leves.
Os sintomas de diabetes na gravidez podem incluir:
- Fadiga
- Visão turva
- Sede excessiva
- Necessidade excessiva de urinar
- Náuseas
- Infecções frequentes
- Ganho excessivo de peso na grávida ou no bebé;
- Aumento exagerado do apetite
O que causa a diabetes gestacional?
A causa exata da diabetes gestacional é desconhecida, mas os hormonas desempenham um papel importante.
Quando está grávida, o corpo produz grandes quantidades de hormonas, incluindo:
- Lactogênio placentário humano; e
- Hormonas que aumentam a resistência à insulina.
Essas hormonas afetam a placenta e ajudam a manter a gravidez. Com o tempo, a quantidade dessas hormonas aumenta e podem começar a tornar o seu corpo resistente à insulina – a hormona responsável por regular os níveis de açúcar no sangue.
A insulina ajuda a mover a glicose do sangue para as células, onde é usada como energia.
Na gravidez, o seu corpo torna-se naturalmente mais resistente à insulina, de modo a que mais glicose fique disponível na sua corrente sanguínea para que possa ser passada ao bebé sempre que necessário.
Se a resistência à insulina se tornar muito forte, os seus níveis de glicose no sangue podem aumentar de forma anormal, e isso pode causar diabetes gestacional.
Quem corre risco de desenvolver diabetes gestacional?
Corre um risco maior de desenvolver diabetes gestacional se:
- Tem mais de 25 anos
- Tem pressão arterial elevada
- Tem um histórico familiar de diabetes
- Estava com excesso de peso antes de engravidar
- Aumentou o peso durante a gravidez mais do que o normal
- Está grávida de mais do que um bebé
- Já deu à luz um bebé com mais de 4 quilos
- Já teve diabetes gestacional
- Teve um aborto inexplicável
- Tomou corticoides
- Tem Síndrome do Ovário Poliquístico (SOP), Acantose Nigricans ou outras condições que estão associadas à resistência à insulina
- Tem ascendência africana, nativo americana, asiática, das ilhas do Pacífico ou hispânica
Como é diagnosticada a diabetes gestacional?
Se não tem histórico conhecido de diabetes e apresenta níveis normais de açúcar no sangue no início da sua gravidez, provavelmente, o seu médico apenas fará uma triagem de diabetes gestacional quando estiver com 24 a 28 semanas de gravidez.
Critérios de diagnóstico da Direção-Geral de Saúde (DGS) e da OMS, realizados em duas fases:
1. Avaliação da Glicemia em jejum – realizado na primeira consulta de vigilância pré-natal
- <92 mg/dL (5,1 mmol/L): implica a realização da Prova de Tolerância à Glicose Oral (PTGO), entre as 24-28 semanas de gestação;
- ≥92 mg/dL (5,1 mmol/L) e <126 mg/dL (7,0 mmol/L): diagnóstico de diabetes gestacional, sem necessidade da realização da PTGO;
- ≥126 mg/dL (7 mmol/L) ou um valor de glicemia plasmática medido ocasionalmente >200 mg/dL (11,1 mmol/L): indicia a existência de uma diabetes, provavelmente, antes da gestação.
2. PTGO: como se faz e quem deve fazer?
Apesar de um pouco incómodo, a PTGO é um exame simples e é fundamental para o correto diagnóstico da diabetes na gravidez.
Todas as grávidas devem fazer este exame, excluindo as que tenham sido previamente diagnosticada com diabetes gestacional ou com diabetes antes da gestação.
Esta prova ou exame, implica a toma de 75g de glicose (diluída em 300 mL de água) com determinações da glicemia às 0, 1 e 2 horas.
A prova deve ser feita pela manhã, com um jejum de pelo menos 8 horas, mas não superior a 14 horas. Deve ser precedida nos 3 dias anteriores de atividade física regular e de uma dieta equilibrada e não restritiva, com uma quantidade diária de hidratos de carbono de pelo menos 150g.
O diagnóstico de diabetes gestacional é dado quando um ou mais valores forem iguais ou superiores aos seguintes valores de referência:
- Glicemia no início do teste: ≥93 mg/dL (5,1 mmol/L)
- Glicemia após 1 hora do teste: ≥180 mg/dL (10,0 mmol/L)
- Glicemia após 2 horas do teste: ≥153 mg/dL (8,5 mmol/L)
Se o resultado da PTGO for inferior aos valores de referência descritos, a prova é considerada negativa, o que significa que a paciente não será diagnosticada com diabetes gestacional.
Deve preocupar-se com a diabetes tipo 2 também?
Se tiver fatores de risco para diabetes tipo 2, o seu médico provavelmente fará um exame para verificar a condição na sua primeira consulta pré-natal.
Esses fatores de risco incluem:
- Estar acima do peso
- Ser sedentária
- Ter pressão arterial alta
- Ter níveis baixos de colesterol “bom” (HDL) no sangue
- Ter níveis altos de triglicerídeos no sangue
- Ter histórico familiar de diabetes
- Ter histórico de diabetes gestacional, pré-diabetes ou sinais de resistência à insulina
- Ter dado à luz um bebé que pesava mais de 4 quilos
- Ser de ascendência africana, nativo americana, asiática, das ilhas do Pacífico ou hispânica
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Existem diferentes diferentes tipos de diabetes gestacional?
O diabetes gestacional é dividido em duas classes:
- A classe A1 descreve a diabetes gestacional que pode ser controlada apenas com a dieta.
- Pessoas com diabetes gestacional classe A2 precisam de insulina ou medicamentos orais para controlar a doença.
Como como baixar diabetes naturalmente?
Se for diagnosticada com diabetes gestacional, o seu plano de tratamento dependerá dos seus níveis de açúcar no sangue ao longo do dia. Como referimos anteriormente, nem sempre é possível baixar a diabetes de forma natural, sem recorrer a insulina ou medicação.
Na maioria dos casos, o médico o aconselhará a testar o açúcar no sangue antes e depois das refeições e a controlar a sua condição alimentando-se de maneira saudável e praticando exercícios regularmente.
Em alguns casos, também pode prescrever-lhe injeções de insulina, se necessário.
Questione-o sobre o tempo correto de administração das injeções de insulina em relação às suas refeições e exercícios, de forma a evitar a queda de glicose no sangue.
É igualmente importante que saiba o que deve fazer se os seus níveis de açúcar no sangue caírem muito ou forem consistentemente mais altos do que deveriam ser.
O que deve comer se tiver diabetes gestacional?
Uma dieta rica em alimentos saudáveis é a chave para o controlo adequado da diabetes gestacional.
Em particular, mulheres com diabetes gestacional devem prestar atenção especial à ingestão de hidratos, proteínas e gorduras.
Comer regularmente também pode ajudar a controlar os níveis de açúcar no sangue.
Boas fontes de hidratos incluem:
- Cereais integrais
- Leguminosas
- Vegetais amiláceos
- Frutas com baixo teor de açúcar
- Proteínas magras
Boas fontes de proteína incluem:
- Carnes magras e aves
- Peixes
- Tofu
Boas fontes de gordura incluem:
- Frutos secos (sem sal e sem serem fritos)
- Sementes
- Azeite
- Abacate
Dieta para diabéticos: O que comer e o que evitar
Que complicações estão associadas à diabetes gestacional?
Se não souber gerir bem a diabetes gestacional, os seus níveis de açúcar no sangue podem permanecer mais altos do que deveriam durante a gravidez.
Isso pode levar a complicações mais sérias e afetar a saúde do seu bebé que, quando nascer, pode ter:
- Excesso de peso
- Dificuldades respiratórias
- Baixo teor de açúcar no sangue
- Distócia de ombro
- Maior risco de desenvolver diabetes
Desta forma, é crucial tomar medidas para controlar a sua diabetes gestacional, seguindo o plano de tratamento recomendado pelo seu médico e nutricionista.
Considerações finais
Não é possível prevenir totalmente a diabetes gestacional. No entanto, a adoção de hábitos saudáveis pode reduzir a probabilidade de desenvolver a doença.
Se está grávida e tem um dos fatores de risco para diabetes gestacional, tente manter uma dieta equilibrada e fazer exercícios regularmente. Até mesmo as atividades leves, como caminhar, podem ser benéficas.
Se planeia engravidar num futuro próximo e está com excesso de peso, uma das melhores coisas que pode fazer é procurar ajuda para perder peso de forma saudável. Uma pequena quantidade de peso perdida pode ajudar a reduzir o risco de diabetes gestacional.
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