Alimentação e ansiedade: como melhorar a sua relação com a comida

Os sintomas de ansiedade aparecem muitas vezes sem aviso prévio. Num momento, sente tranquilidade e no outro o peito aperta, tornando doloroso o simples ato de respirar. Para algumas pessoas, alimentação e ansiedade andam de mãos dadas e viver assim pode ser um verdadeiro inferno.

Para aprender a gerir e combater os sintomas de ansiedade, é necessário que primeiro inicie uma jornada de autoconhecimento. Ao conhecermo-nos melhor e compreendermos os nossos gatilhos mentais, torna-se mais fácil controlar a forma como reagimos a determinados pensamentos e emoções.

A comida é necessária para sobrevivermos, mas também pode e deve ser agradável. Se sente que a sua relação com a comida não é saudável de alguma maneira, é importante que perceba exatamente o que tem para assim poder recuperar a sua saúde física e mental.

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As perturbações alimentares mais comuns

As perturbações alimentares variam, mas uma característica comum é frequentemente sentir ansiedade na hora das refeições. Conheça algumas dos perturbações alimentares mais comuns:

1. Perturbação de ingestão alimentar evitante/restritiva

A Perturbação de Ingestão Alimentar Evitante/Restritiva descreve indivíduos que comem muito pouca comida ou evitam comer a maioria dos alimentos. Estes tendem a sentir-se oprimidos pela ansiedade e até experimentam medo em relação à comida, à sua textura e sentem-se frequentemente preocupados com as consequências daquilo que ingerem.

As pessoas que sofrem desta perturbação acham fisicamente impossível comer a maioria dos alimentos por causa da ansiedade que sentem, muitas vezes relacionada com as características sensoriais dos alimentos.

Adultos e crianças com perturbação de ingestão alimentar evitante/restritiva, geralmente, sentem fome e querem comer. No entanto, quando se sentam para fazê-lo, têm uma reação física a ele. Podem relatar sentimentos como o fechamento da garganta ou um reflexo involuntário de engasgo. Algumas pessoas podem relatar medo das consequências aversivas da alimentação, como náuseas ou vómitos.

2. Anorexia Nervosa

A Anorexia Nervosa é uma perturbação alimentar comum que leva a padrões alimentares muito restritos.

Pessoas com esta perturbação experimentam intensa ansiedade e medo ao comer. 

Existe uma grande preocupação com o ganho de peso corporal ou alteração da sua aparência física. Experimentam também ansiedade adicional quando comem em lugares públicos ou com outras pessoas pela dificuldade em controlar o seu ambiente e a sua alimentação, como habitualmente fazem.

A anorexia é mais comum em mulheres do que em homens e algumas pessoas com esta perturbação alimentar também podem receber o diagnóstico de perturbação bipolar, perturbação de ansiedade generalizada ou depressão major.

3. Bulimia nervosa

Pessoas com Bulimia Nervosa podem comer grandes quantidades de alimentos num curto período de tempo. Após o episódio de compulsão, é forçada a purga dos alimentos de forma a eliminar as calorias ingeridas e aliviar o desconforto (também ele mental). 

A purga pode incluir vómitos, laxantes, diuréticos ou atividade física excessiva.

Os episódios de compulsão alimentar podem começar devido à ansiedade. Comer é uma atividade que as pessoas podem facilmente controlar quando se sentem impotentes em outras situações da sua vida. No entanto, o episódio de purgação também pode ocorrer devido à ansiedade. Quem sofre desta perturbação, tal como na anorexia, teme ganhar peso ou alterar a aparência física de seu corpo.

4. Perturbação da Ingestão Alimentar Compulsiva ou Binge Eating

As pessoas com Perturbação da Ingestão Alimentar Compulsiva ou Binge Eating também comem uma grande quantidade de alimentos, geralmente de uma só vez ou num curto espaço de tempo. 

A ingestão de alimentos é tão grande que traz um enorme desconforto. No entanto, ao contrário das pessoas que sofrem de bulimia nervosa, não existem tentativas de purgar os alimentos.

Em vez disso, comer em excesso causa grande sofrimento emocional. A alimentação costuma ser acompanhada por sensações de ansiedade, culpa, vergonha e nojo.

É um verdadeiro círculo vicioso e as emoções podem levar a pessoa a comer mais.

Outras perturbações alimentares

Existem outras perturbações alimentares que podem causar sentimentos de ansiedade em relação à comida. Porém, alimentação e ansiedade nem sempre são sinónimos de um quadro perturbação mental mas pode sugerir padrões alimentares potencialmente prejudiciais

Se está a lidar com padrões ou comportamentos específicos relacionados com a alimentação, é natural que sinta ansiedade quando acha que cometeu um deslize.

Imagine que decidiu eliminar as carnes vermelhas da sua dieta e duas semanas depois ficou com muita vontade de comer um hambúrguer. Partindo do pressuposto que um hambúrguer não vai destruir os seus objetivos a longo prazo, acaba por comprar e comer um.

Mas assim que termina de o comer – ou ainda durante a sua ingestão -, começa a sentir-se culpada(o), chateada(o) e a entrar em pânico.

E eis que o autocriticismo e a punição chegam com pensamentos intrusivos: “Eu estava a ir tão bem”, “E se eu começar a querer comer carne vermelha outra vez?”, “Não consigo mesmo levar nada em frente por muito tempo.”, “sou mesmo um fracasso!”

Se esta história lhe é familiar, está na hora de procurar ajuda. Pois, apesar de poder não ter uma perturbação do espectro alimentar, é provável que tenha outros problemas a serem descobertos e tratados.

Outros sinais importantes de perturbações alimentares incluem:

  • Ansiedade na hora das refeições, especialmente ao comer com outras pessoas
  • Culpa ou outro sentimento negativo após comer alimentos que considera (e rotula como) “maus” ou não saudáveis
  • Nervosismo ou culpa se acredita que comeu demasiado
  • Ansiedade após a refeição que persiste até praticar exercício ou purgar 
  • Excessiva preocupação com os alimentos que ingere

Muitos fatores complexos contribuem para as perturbações alimentares, incluindo:

  • Baixa autoestima
  • Problemas com a imagem corporal
  • Estigma de peso e intimidação
  • Trauma
  • História familiar

Alimentação e Ansiedade: os melhores tratamentos

Os tratamentos para a maioria dos tipos de perturbações alimentares ou padrões alimentares potencialmente prejudiciais envolvem:

  • Terapia cognitivo-comportamental (TCC)
  • Terapia familiar
  • Grupos de suporte
  • Internamento

Como lidar com a ansiedade e má relação com a comida

Se acha que tem uma perturbação alimentar ou padrões alimentares que lhe causam desconforto e afetam a sua rotina diária, é importante que procure tratamento o mais rapidamente possível. 

O tratamento pode ser – e geralmente é – muito bem-sucedido. Mas a maioria das pessoas precisa de ajuda profissional para superar um distúrbio alimentar. É necessária uma equipa de especialistas para orientá-la(o) durante todo o processo. 

Procure apoio psicológico e também nutricional. Conhecer bem os alimentos e ter um plano, prescrito por um profissional da sua confiança, adequado às suas necessidades e objetivos, certamente que vai ajudar a enfrentar este problema e a melhorar a sua relação com a comida. Não é suposto que a ingestão de alimentos seja algo que lhe causa sofrimento. Antes pelo contrário.

Caso já tenha feito tratamentos e tenha medo de ter uma recaída, procure o seu terapeuta, converse com o seu médico e nutricionista, grupo de apoio ou um parceiro responsável. O stress e a ansiedade vão e vêm e o desconforto não dura para sempre, sobretudo se soubermos pedir ajuda.

Entretanto, adote algumas práticas diárias para evitar que os sentimentos e a ansiedade o dominem:

  1. Respire fundo. Inspirar e expirar ajuda a recompor-se quando sente que a ansiedade está a chegar. Concentre-se na entrada e na saída do ar das suas narinas e como a sua barriga enche e esvazia de cada vez que inspira e expira. Converse com calma consigo mesma(o) sobre o que está a sentir, como se estivesse a ver-se de forma e diga a si mesmo o que precisa de fazer para superar a ansiedade momentânea. Seja condescendente consigo.
  2. Repita um mantra. Na terapia cognitivo comportamental, o seu terapeuta pode ajudá-lo a identificar uma frase ou palavra que tenha significado para si e que possa ajudar em momentos de crise. Repita esse mantra para si mesmo até sentir que a sua frequência cardíaca volta ao normal e até sentir-se mais confiante.

Se tem ansiedade em relação à comida, lembre-se de que não está sozinha(o) e que o que sente não vai durar para sempre.

Também é possível que tenha uma perturbação de ansiedade, mas a boa notícia é que, qualquer que seja a sua condição (ou estado), existem tratamentos eficazes e esse sofrimento tem um fim.

Voltamos a frisar que a chave para superar as preocupações e medos relacionados com a comida é pedir ajuda.

Se acha que sofre de ansiedade, que tem uma perturbação alimentar ou um padrão comportamental tóxico em relação à comida, ligue hoje para o seu médico para marcar uma consulta. Pedir ajuda é o primeiro passo para melhorar.

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